quinta-feira, 13 de agosto de 2009

EDUCAÇÃO

É preciso gritar mais alto!

Nos últimos dias li vários e-mails e reportagens relacionadas à problemática da Educação no Brasil; pensem num assunto que me incomoda por demais!

Não é de hoje que também solto meus desabafos e apreciações na net sobre essa questão, e, infelizmente, não vejo encontro apenas desencontro; mas percebo que as perspectivas a respeito do assunto demonstram mudanças, embora, geralmente, as opiniões busquem culpar alguém pelo fracasso escolar.

Na verdade não existe o culpado; e sim uma irresponsabilidade coletiva, ou melhor, algo como “depois eu vejo isso...” e vai se empurrando com a barriga, porque com a consciência dói.

A educação está na porta da urgência, todo mundo vê, alguns não, uns poucos se aproximam observam o estado e tentam providenciar algo, mas não encontram ninguém que ajude efetivamente, só gente discutindo que vírus a ameaça. E a Educação está lá, sozinha tentando se levantar, a ponto de morrer de vez por omissão de socorro. Mas tem um bando de gente em volta clamando por providências. Se fosse gente, já tava insepulta há muito tempo; mas como é uma instituição imaginária e se alimenta de uma cultura que bem ou mal circula, os estabelecimentos de ensino até podem ser fechados, mas a população continuará a ser “educada” de maneira formal e informal, para o bem e para o mal, atendendo ou não a anseios coletivos; talvez mais individuais do que coletivos.

A escola não está correspondendo às expectativas; os resultados não são satisfatórios; o professor brasileiro agora não sabe ensinar.

Por sua vez, professores e professoras já estão roucos de tanto dizer que não agüentam mais desrespeito, violência, insalubridade, sobrecarga, salários irrisórios, impossibilidade de estudar, de aprender, de ensinar, de trocar experiências com seus pares.
A educação anda tão ruim, que muitos educadores não acreditam mais na missão.

Mas, ser professor não é ser missionário, não é ser sacerdote. Ser professor é oferecer conhecimento, colaborar para o desenvolvimento, orientar pelos possíveis caminhos; é trabalho, que exige muito do físico, do intelecto e do emocional da pessoa.

Contudo, o que ocorre, geralmente, em sala de aula é uma troca impossível. O professor quer oferecer, mas nem todos os alunos querem receber; o professor quer colaborar, mas nem todos querem melhorar; pois estão satisfeitos, ou pensam estar, com o pouco que sabem – porque não vêem imediata utilidade naquele conhecimento para a sua realidade próxima – o professor quer orientar, mas muitos deles não acreditam que haja alternativas na vida. O diálogo é precário ou inexistente, a incompreensão e o conflito se mostram; o respeito pelo professor perdeu a sacralidade, sua figura é posta em dúvida, a autoridade é posta em dúvida, a instituição é posta em dúvida. Só não há dúvida quanto ao direito.

Direito à escola de qualidade. E tantos outros... Só nos falta ambiente propício para trabalhar. É preciso gritar mais alto, quem sabe alguém nos ouça e estenda a mão.