sexta-feira, 26 de junho de 2009

Michael Jackson

Conheci a voz de Michael Jackson quando este ainda era uma criança e cantava com a família no grupo Jackson 5. Christmas era o nome do compacto em vinil, distribuído pela Tapecar, com capa representando embalagem de presente e com as fotos de Michael, Jackie, Jermaine, Marlon e Tito; o disco tem quatro músicas de Natal: “I saw mommy kissing Santa Claus”, “Rudolph the red-nosed reindeer”, “Someday at Christmas” e “Santa Claus is comin’to town”. Não há data impressa, sei apenas que tinha uns sete anos quando ouvia esse disco, ou seja, por volta de 1975; outro também distribuído pela Tapecar, mas com data de 1973, vinha apenas com o nome Michael Jackson impresso no disco com os sucessos “Music and Me” na face A, e “Happy” na face B. Não sei se meu pai comprou esses discos ou se ganhei de alguém, não lembro; mas sei que gostava muito de ouvi-los e sinto que meu toca-discos de vinil esteja quebrado e não possa ouvi-los novamente agora. Mas, guardo os discos com o maior ciúme; um dia poderei ouvi-los novamente.
Passei a infância e a juventude acompanhando e admirando as canções e as performances de Michael Jackson, mas tenho apenas esses dois compactos em vinil; sua exposição era tanta no rádio e na televisão que nunca me preocupei em comprar seus discos, e mesmo pelo custo que demandava em adquiri-los. Agora que a estrela partiu sinto falta e desejo em ter um dvd; não basta o som, a imagem acompanha e diferencia. É meio chato isso; depois que a pessoa falece pensamos melhor sobre ela; e pior: lembramos que realmente gostávamos dela.
Sempre admirei o som e a dança de Michael Jackson, mas nos últimos tempos as notícias em torno de suas excentricidades, escândalos e aparência obscureceram o seu talento. A imprensa diz que nos últimos anos ele não conseguiu o sucesso de antes em seus discos; mas, o quanto a própria imprensa e o próprio astro são responsáveis por isso?!
Observando seus clipes vejo o quanto ele nos presenteou com criatividade e beleza; serviu de inspiração para tanta gente; alegrou tantas festas e emocionou com tantas interpretações. Michael Jackson foi luz, mas teve seus momentos de sombra; era humano, e Deus sabe o quanto o que viveu repercutiu bem ou mal em seu ser.
Olhando o clipe que fez com o Olodum na Bahia fico imaginando se ele tivesse vindo antes; antes da pele embranquecer; talvez seu sentimento por si mesmo fosse outro num ambiente menos carregado de strass, e mais terra, mais cor, mais sol. Não sei; são suposições... Morreu muito cedo, jovem. Dizem que ficou obcecado pela juventude nos anos noventa, poderiam ter dito a ele que negro demora a aparentar velhice; e com a música e a dança ele permaneceria jovem, sempre jovem no coração de todos. Tanta coisa poderia ter sido dita e feita por ele, para ele; mas espero em Deus que esteja em Paz agora, cantando e dançando com um coro de anjos a sua volta... Billie Jean...